Manifesto Feminista nº03
“Como a fonte do auto-ódio e a falta de um Eu genuíno estão enraizados na identidade que nos foi definida pelos homens, devemos criar uma nova autopercepção.” – Radicalesbians
A Editora Luas tem um compromisso social, histórico, ético e político com o contexto e a escrita das mulheres, por isso publicamos exclusivamente livros de escritoras, contemplando novas vozes, mas sem perder o eco das que nos antecederam. Sabemos que historicamente há muitas formas de resistência que as mulheres criaram, e uma delas é a escrita. Em épocas de crise, de ditaduras, uma das saídas é pela arte, pela escrita, pela performance. E o momento que estamos vivendo é gravíssimo. Portanto, seguimos com o compromisso de cultivar, promover encontros fortalecedores, trazendo ao público as nossas expressões de alma, angústias, análises, críticas, novas perspectivas e possibilidades de transformação. Diante desse contexto e de bons encontros que temos tido com mulheres incríveis, surgiu a vontade de trazer a vocês, nossa pública leitora, Manifestos Feministas com o intuito de provocar e convocar mulheres para ações – individual e coletiva – transformadoras. Todos os manifestos virão em edição bilíngue (português/espanhol ou português/inglês) para nos aproximarmos internacionalmente. Em tempos difíceis, a união e as manifestações de mulheres promoveram resistências e renovações.
Seguimos contribuindo com flor e garra!
Editora Luas
*Todo o processo que envolve os Manifestos Feministas é colaborativo e sem fins lucrativos. Distribuição e circulação gratuita.
Sobre o Manifesto Feminista nº03 – Julho de 2021
O grupo Radicalesbians, criado em 1969, foi um dos pioneiros no feminismo lésbico ou feminismo radical. O grupo criou o Manifesto The Woman-Identified Woman para realizar um protesto durante o II Congresso para Unir as Mulheres, realizado dia 1º de maio de 1970 em Nova York. Dentre as militantes, destacamos Artemis March, Lois Hard, Rita Mae Brown, Ellen Shumsky, Cynthia Funk e Barbara XX. O grupo fez uma leitura performática do manifesto durante o congresso, elas apagaram as luzes, ocuparam o palco e o microfone para denunciarem a exclusão de representantes lésbicas no evento. Como resultado, o congresso realizado em 1971 adotou uma resolução reconhecendo os direitos das lésbicas como “preocupação legítima para o feminismo”.